O colagénio é a proteína mais abundante no corpo humano, representando aproximadamente um terço do seu conteúdo proteico total. É essencial para a estrutura e função de tecidos como a pele, os ossos, os tendões e os ligamentos, conferindo resistência e elasticidade. Com o envelhecimento, a produção natural de colagénio diminui, o que pode levar ao aparecimento de sinais visíveis de envelhecimento e a problemas articulares.
FONTES ALIMENTARES DE COLAGÉNIO
O colagénio encontra-se nos tecidos conjuntivos dos animais. Assim, alimentos como a pele de frango, a pele de porco, a carne de vaca e o peixe são fontes diretas de colagénio. Além disso, a gelatina, derivada do colagénio cozinhado, é comum em caldos de ossos e outros pratos semelhantes.
No entanto, a eficácia do consumo de colagénio diretamente dos alimentos para melhorar a saúde da pele e das articulações é limitada. Durante a digestão, o colagénio é decomposto em aminoácidos, que são depois distribuídos pelo corpo conforme necessário, sem garantia de que serão utilizados especificamente para a síntese de novo colagénio na pele ou nas articulações.
SUPLEMENTOS DE COLAGÉNIO: SÃO MESMO EFICAZES?
Os suplementos de colagénio, especialmente sob a forma de colagénio hidrolisado, tornaram-se bastante populares nos últimos anos. O colagénio hidrolisado é processado de forma a decompor a proteína em péptidos mais pequenos, facilitando a sua absorção pelo trato digestivo.
Vários estudos analisaram a eficácia destes suplementos na saúde da pele e das articulações. Por exemplo, uma revisão sistemática concluiu que a suplementação com colagénio hidrolisado pode melhorar a elasticidade e a hidratação da pele, bem como reduzir as rugas.
Além disso, foi observado que os suplementos de colagénio podem ter um efeito positivo na saúde articular. Um estudo publicado na revista Current Medical Research and Opinion revelou que a ingestão de colagénio hidrolisado durante 24 semanas melhorou significativamente a dor articular em atletas que sofriam de desconforto relacionado com a sua atividade física.
MECANISMOS DE AÇÃO E CONSIDERAÇÕES
Acredita-se que os péptidos de colagénio ingeridos podem acumular-se na pele e nas cartilagens, estimulando a produção de colagénio endógeno e outras proteínas estruturais, como a elastina e a fibrilina. Este processo pode explicar as melhorias observadas na elasticidade da pele e na redução da dor articular.
No entanto, apesar dos resultados destes estudos serem promissores, a eficácia dos suplementos de colagénio pode variar consoante a qualidade do produto, a dose e a duração do consumo. Além disso, a resposta individual pode depender de fatores como a idade, o estado de saúde e o estilo de vida.
FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO DE COLAGÉNIO
Além do envelhecimento, vários fatores podem reduzir a produção natural de colagénio no organismo:
Exposição ao sol: Os raios UV podem degradar o colagénio, provocando rugas e perda de firmeza na pele.
Tabagismo: Os químicos presentes no tabaco danificam a estrutura do colagénio, acelerando o envelhecimento da pele.
Dieta pobre em nutrientes: A falta de vitamina C, zinco e proteínas pode comprometer a síntese de colagénio.
Para contrariar estes efeitos, recomenda-se uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis, como o uso de protetor solar e evitar o tabaco.
ALTERNATIVAS PARA ESTIMULAR A PRODUÇÃO DE COLAGÉNIO
Para além da suplementação, existem outras formas de promover a síntese de colagénio no organismo. Consumir alimentos ricos em vitamina C, como citrinos, morangos e pimentos, é fundamental, pois esta vitamina é essencial para a formação de colagénio.
Da mesma forma, nutrientes como o zinco e o cobre, presentes em mariscos, nozes e sementes, desempenham um papel crucial na síntese de colagénio. A incorporação de fontes de aminoácidos prolina e glicina, encontrados na clara de ovo, gérmen de trigo e produtos lácteos, também podem ser benéficas.
O exercício físico, especialmente o treino de resistência, também demonstrou ser útil para estimular a produção de colagénio, uma vez que promove a regeneração dos tecidos conjuntivos.
INFORMAÇÕES ESSENCIAIS PARA RECORDAR
- Representa entre 25% e 35% do total de proteínas no corpo humano.
- Existem pelo menos 28 tipos diferentes de colagénio, sendo os tipos I, II e III os mais comuns.
- A partir dos 25-30 anos, a produção de colagénio começa a diminuir naturalmente.
- A combinação do colagénio com antioxidantes, como a vitamina C, potencia a sua eficácia.
UMA PROTEÍNA VITAL
O colagénio é uma proteína vital para a saúde e integridade de vários tecidos no corpo humano. Embora seja possível obter colagénio através da alimentação e dos suplementos, a evidência científica sobre a eficácia destes últimos é promissora, mas ainda limitada. É essencial consultar profissionais de saúde antes de iniciar qualquer regime de suplementação e considerar uma dieta equilibrada que promova a produção natural de colagénio.
Fontes:
National Geographic